Oito de cada dez eleitores de União da Vitória não votaram no prefeito vencedor
Há muitos anos defendemos a tese de que todas as cidades, independente do número de habitantes deveriam ter segundo turno nas eleições municipais, fazendo assim com que pelo menos metade +1 dos eleitores tenha votado no vencedor final. O respaldo popular para governar é importantíssimo e são inúmeros os exemplos de gestões que fracassaram, tanto politicamente como administrativamente, pela falta de respaldo popular.
Era e continua sendo evidente o clamor de União da Vitória por um gestor que venha a mudar o rumo da sua história. Entretanto as circunstância de 2024 colocaram a frente do município um prefeito que, além de carregar um questionamento sobre sua gestão a frente da vizinha Porto União nos anos 90, agora vai gerir uma cidade como União da Vitória com o apoio de apenas 20% da população.
Para que o leitor entenda melhor, vamos aos números: União da Vitória tinha em outubro passado, 41.311 eleitores aptos a votar. Apenas 8.324 votaram em Ari Carneiro, ou seja 20,14% - sendo que, 32.987 eleitores votaram em um dos outros candidatos, votaram em branco, nulo ou simplesmente não foram votar. E tem um detalhe ainda pior, a abstenção, ou seja, os que não quiseram nem ir votar, ou seja, rejeitaram todas as opções que havia, somaram 10.455 eleitores, aproximadamente 20% a mais do que o número de votos do vencedor.
Portanto, somente esta análise, mesmo que simplória, mostra com clareza o tamanho do desafio do prefeito eleito Ari Carneiro Jr. União da Vitória não pode ter mais uma decepção. O grupo que compõe a atual gestão precisa entender que é necessário uma atenção muito mais do que dobrada com a população e suas lideranças, caso contrário a possibilidade de fracasso é gigantesca. O respeito a todos, mesmo os que pensam diferente ou simplesmente demonstraram que preferiam outros nomes, precisa ser grande.
